A síndrome do "não vejo a hora."
Um caderno de capa de couro, uma caneta preta, muitos sonhos e uma verdadeira ingratidão.
Eu não acredito que eu estou abrindo isso aqui para vocês. Sinceramente, nem estava planejando falar sobre isso, muito menos no meu primeiro e-mail, mas não dá pra negar o sentimento que bateu no fundo do meu coração essa manhã. Repetindo incessantemente que eu precisava expor o que venho passando nesses últimos meses para que, de alguma forma, para alguma pessoa, essa carta se torne aquele fresta de luz no fim do túnel.
E eu vou, literalmente, abrir o jogo para vocês. Desde agosto de 2019 até março de 2024, eu acordava todas as manhãs com um único objetivo na minha vida: O que eu preciso fazer hoje para ficar muito rico o mais rápido possível.
Eu tinha um caderno que guardava ao lado da minha mesa da sala onde, todas as manhãs, eu abria ele, pegava minha caneta preta, e escrevia tudo que eu desejava para minha vida naquele ano. E por incrível que pareça, 90% dos meus desejos se baseavam em bens materiais. “Quero comprar tal carro, quero morar em um apartamento novo no bairro x, quero fazer uma viagem para o pais y, quero faturar x milhões esse ano, quero lucrar isso…” e assim ia, todos os dias, repetindo sem cessar, tudo que eu queria ter para minha vida.
Por muito tempo isso me serviu como combustível. Me alimentava todas as manhãs, enchia meus olhos de fogo e me fazia trabalhar até não aguentar mais para que um dia, talvez, eu finalmente conquistasse a vida que tanto sonhava.
Eu vivia com os olhos no amanhã. “No dia que eu tiver isso eu vou ser feliz”, “No dia que eu comprar aquilo vai ser legal demais”, “No dia, no dia, no dia……” Minha ficha caiu a primeira vez, quando meu irmão comentou me zoando que 4 a cada 5 frases que saiam da minha boca começavam por “Não vejo a hora…”.
Esse simples comentário venho como um soco na boca do meu estômago e me fez, pela primeira vez, questionar o quão ingrato eu estava sendo com o agora. Eu adorava repetir a frase “sempre grato, nunca satisfeito”. Enchia minha boca de orgulho pra mostrar para os outros que eu era imparável e que era destinado pra viver no mais alto luxo.
Mas para que?
Por que realmente eu queria ter tantos bens? Qual era o motivo?
Eu falava que era porque eu merecia. “Porque não fomos criados para ser medíocres e viver uma vida abaixo do que Deus tinha pra nós”. E, em tese, essa frase até é verdade. Mas a questão era que, eu baseava o parâmetro do meu sucesso e do sucesso das pessoas simples e puramente nas condições financeiras e bens materiais que atingíamos…
Deus realmente nos criou para sermos vencedores. Mas desde quando vencer se resume somente em sucesso financeiro?
E, em março de 2024, eu descobri que vitória para Deus é o quanto cumprimos e fomos fiéis com o chamado que Ele tem para a nossa vida.
Na Bíblia fala que Ele nos escolheu desde antes da fundação do mundo (Efésios 1:4-5). Ou seja, Ele tem um plano para a vida de cada um de nós desde antes D’Ele criar o próprio mundo em que nós vivemos! Fala sério, isso aqui não te faz se sentir de alguma forma empolgado e acolhido?
Será mesmo que o único motivo que eu e você precisamos basear a nossa vida é em conseguir bens materiais? Será que foi só pra isso que nascemos? Para ficar ricos?
Eu, sinceramente, tenho fé que não. Tem muito mais para sermos e fazermos nesse mundo. E, como estava falando para vocês, em março de 2024 meus olhos se abriram para isso e eu senti que tinha que, urgentemente, descobrir o motivo pela qual fui chamado. O por quê eu vim a existir exatamente nessa época e nesse tempo.
Foram meses e meses de busca, reflexão, separação do mundo, jejum e oração. Até que eu finalmente percebi que tudo isso que eu vivi até hoje, todas as batalhas, todas as conquistas, os apertos, as vitórias, as traições, os reconhecimentos, o deserto e cada situação, foi por um motivo: Para que eu pudesse, de alguma forma, inspirar outras pessoas que, assim como eu, estão trilhando essa jornada da vida se sentindo sozinhas.
Você não está sozinho. Eu me comprometo à, todas as segundas-feiras às 5h da manhã, escrever um texto assim como esse, para que essa jornada não seja tão difícil e nem tão dolorida como foi a minha.
Seja, oficialmente, bem-vindo(a) ao 5 a.m. Notes.
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Nos vemos em breve,
Túlio Herani.