24 de abril de 2025, quinta-feira, 12h.
Precisamos aprender a descansar.
Ontem, como todas as quartas-feiras, saí para jantar com meus amigos depois do culto.
Fomos comer uma parmegiana de filé mignon daquele jeito que você está aí imaginando.
(Só de lembrar já bateu uma fome… a hora do almoço também não ajuda kkkkkk)
Conversa vai, conversa vem, quando puxei o celular do bolso e bati os olhos no horário marcado na tela de bloqueio, até assustei: já era quase 00h…
E, pra um velho de 24 anos como eu, esse horário normalmente eu já estou no segundo sono, completamente apagado.
Mas ontem, em especial, eu abri essa exceção e cheguei mais tarde em casa.
Fui dormir bem depois do que costumo, e decidi adiar meu alarme das 5h, acordando às 7h.
Na hora, aquele sentimento de culpa bateu.
No dia seguinte, eu tinha uma agenda extremamente corrida e teria que fazer tudo mais acelerado por conta disso.
Mas foi aí que eu me lembrei de tudo que passei nos últimos meses da minha vida…
Por muitos anos, eu acreditava que o resultado de tudo vinha do quanto de esforço eu aplicava naquilo.
Ou seja, se eu quisesse que a minha empresa desse certo, era só trabalhar o máximo de tempo possível, descansar o mínimo, que tudo iria fluir e, um dia, eu desfrutaria de tudo isso.
A lógica até fazia sentido: mais esforço = mais resultado.
Mas as coisas não funcionam assim. E eu tive que aprender isso da pior forma.
No final de 2024, eu estava passando por uma das fases mais turbulentas da minha vida.
(Quem acompanha minhas cartas há mais tempo passou por isso junto comigo.)
Eu estava no meio de uma guerra, com uma arma carregada na mão, escondido atrás de um pequeno muro, e recebendo tiros de todos os lados.
Mas, como eu não tinha um alvo específico, de tempos em tempos eu levantava e atirava pra todas as direções, esperando acertar em alguma delas.
Eu tinha 4 negócios rodando ao mesmo tempo.
Gastava ao menos 12h por dia trabalhando.
E dividia minha agenda acreditando que algum dos projetos, uma hora ou outra, iria me levar pro lugar que tanto sonhava.
Mas a realidade era que não.
Eu gastava todo o meu tempo resolvendo problemas de cada um dos negócios.
Quando terminava de trabalhar, minha cabeça ainda estava flutuando nos problemas que teria que resolver no dia seguinte e, ao mesmo tempo, meu corpo clamava por descanso.
Eu dormia já esgotado.
Acordava já resolvendo B.O.
E minha rotina persistia nisso, dia após dia.
Durante todo esse tempo dedicado pra fazer algum desses projetos virar, eu percebi onde estava o erro de tudo isso:
Eu gastava toda minha energia e tempo em resolver aquilo que era mais urgente — e não tinha tempo algum para pensar no futuro, no essencial.
Eu vivia apagando incêndio, sem parar pra analisar por que estava pegando fogo todos os dias.
E quantas vezes vivemos uma vida exatamente assim?
Acordamos, aprontamos, trabalhamos, voltamos pra casa, ligamos a TV, assistimos alguma coisa, dormimos…
Acordamos, hoje um pouco atrasados, aprontamos correndo, trabalhamos, voltamos pra casa, ligamos a TV, assistimos alguma coisa, dormimos…
Dia após dia.
Vivendo praticamente no piloto automático.
Sem parar pra pensar se isso é realmente o que deveríamos estar fazendo.
Se isso está — de verdade — nos levando pro lugar certo.
De tempos em tempos, eu gosto de tirar um final de semana pra refletir e descansar.
Não só fisicamente.
Não só dormindo mais.
Mas descansar da minha rotina corrida e refletir sobre tudo que estou fazendo na minha vida.
Se estou no lugar certo.
Se estou gastando minha energia com aquilo que realmente importa.
Ou se estou — mais uma vez — correndo atrás do vento.
Escrevendo essa carta, inclusive, eu percebi que estou precisando tirar esse tempo pra mim novamente.
E isso que eu estou falando vale pra todas as áreas da nossa vida.
Seja na empresa que estamos construindo.
Seja no relacionamento que estamos vivendo.
Seja no nosso ministério.
Seja na vida por si só.
Parar. Refletir. Analisar. Retomar.
É sempre necessário.
A vida não foi feita pra vivermos na “correria”.
Fomos criados pra viver com intencionalidade.
Nosso tempo é finito. Limitado.
Um dia, não estaremos mais por aqui.
E enquanto Deus nos dá a oportunidade de abrir os olhos por mais um dia, precisamos gastá-lo fazendo aquilo que realmente importa.
Essa carta foi uma fusão de ideias.
Comecei querendo escrever sobre um assunto…
Terminei escrevendo sobre outro.
Mas no fim, o recado que eu quero deixar pra você é: descanse.
Tire 2 dias pra refletir.
Pare de pensar no trabalho.
Pare de gastar tempo nas redes sociais.
Pare de fazer tudo que você está fazendo.
Viva o tédio.
Viva o momento.
Viva com intencionalidade.
Todas as vezes que você se sentir sufocado, ou sentir que a vida está corrida demais...
é tempo de parar e analisar.
O mundo quer te encher de atividades e preocupações para que você não cumpra aquilo que foi chamado para fazer.
Mas nós não vamos deixar isso acontecer.
Espero ter aberto os seus olhos.
Nos vemos na próxima segunda, às 5 a.m.
Um grande abraço,
Túlio Herani
Amei