Essa carta não é sobre fazer mais. Não é sobre alta performance. Não é sobre super produtividade. Não é sobre nada disso. Muito pelo contrário, é sobre: descansar.
Hoje é segunda-feira de manhã e a resposta é sim, eu estou atrasado com nossa newsletter semanal.
Eu me comprometi a escrever uma carta para vocês e enviar toda segunda-feira às 5h da manhã. Mas nessa semana eu decidi jogar tudo pro alto para viver minha vida e não vai ter pedido de desculpas por isso.
Se você recebeu minha última newsletter você sabe que estou atualmente viajando pra minha cidade natal, a desconhecida e quente Cuiabá. E, na semana passada, recebi um convite inesperado dos meus amigos: “Vamos para fazenda?”.
Confesso que meu primeiro pensamento foi não, mas refletindo um pouco percebi que seria uma baita experiência diferente para começar o ano e dar uma desintoxicada de redes sociais e estímulos baratos. Então eu peguei meu celular, procurei o contato do meu amigo, liguei de volta pra ele e falei: “bora muito!”.
Nesses últimos 4 dias eu estava 100% imerso em uma vida que nunca tinha experimentado antes: a vida do peão de fazenda.
Viajamos aproximadamente 400km pro interior de Mato Grosso para uma cidade chamada Reserva do Cabaçal. Cidade extremamente pequena, cerca de 3.000 habitantes, onde a única operadora que funciona é a Tim e o único lugar com acesso a internet era no restaurante da cidade.
E eu fiz um combinado comigo mesmo de não usar o celular (nem quando fôssemos almoçar ou jantar na cidade). Queria experimentar como seria passar 4 dias completamente desligado do mundo virtual.
E eu já posso adiantar o desfecho da história?
Foi uma das experiências mais incríveis que passei nesses últimos anos!
Os dias pareciam intermináveis. Eu acordava cedo, tomava café, tomava banho, dirigia pra outra fazenda, andava a cavalo, competia com meus amigos para ver quem chegava mais rápido sem cair do cavalo e quando olhava no relógio ainda eram 10h da manhã.
Voltava para nossa fazenda, ia tomar banho de rio, pular de pedras, jogar jogo da velha na areia, para só então olhar pro relógio, ver que já era 12h, e partir para cidade almoçar.
Descansava durante a tarde, jogava conversa fora e humilhava geral nos jogos de cartas que tínhamos levado pra passar o tempo. (Ou talvez não, vocês nunca saberão a verdade mesmo… kkkkkk)
Foram 4 dias onde o tempo passava mais lento. Onde eu tinha realmente tempo para viver cada momento, refletir sobre a vida, dar boas risadas e andar com roupas que não combinavam nada com nada.
E essa experiência não tem haver com a fazenda em si, mas principalmente sobre o quanto de tempo perdemos fazendo coisas irrelevantes.
Todos os anos temos a exata mesma sensação. Parece que piscamos e já está em dezembro. Parece que o tempo está passando cada vez mais rápido.
Mas a realidade é que não! Não é o tempo que passa mais rápido, somos nós que vivemos nos distraindo de nossas vidas e não conseguimos ter tempo algum para descansar, respirar e refletir.
Andamos à 220km/h e queremos ao mesmo tempo observar a paisagem. Mas não raciocinamos que para observar a paisagem teríamos que reduzir a velocidade.
Não conseguimos ficar em uma fila por 5 min sem pegar no celular para passar o tempo. Não conseguimos sentar em uma cadeira e passar 30 min olhando pro nada sem buscar por qualquer distração.
Estamos deixando a vida escorrer por nossas mãos como areia debaixo d’água. E quando abrirmos os nossos olhos, talvez seja tarde demais…
Na semana passada eu estava fazendo meu devocional de manhã e me deparei com algo relacionado à exatamente isso. Talvez seja inclusive por esse trecho que eu tenha topado a imersão na vida de peão:
“Há também outro mal terrível: como o homem vem, assim ele vai; e qual é o proveito de todo o seu esforço em busca do vento?” Eclesiastes 5:16 NVI
Será que não estamos gastando nosso tempo buscando vento? Será que toda essa pressa para chegar em algum lugar é realmente necessária? Será que vale a pena esse esforço incessante sem descansar e aproveitar o agora?
Isso passou muito pela minha cabeça nesses últimos dias de fazenda e eu quero dizer para vocês que eu cheguei a uma conclusão: eu não quero mais viver assim!
Nesse ano de 2025 que está iniciando agora eu quero viver cada dia como se fosse o último. Eu quero trabalhar sim, me esforçar sim, mas também descansar. Eu quero focar nos meus projetos e ganhar dinheiro sim, mas também experimentar coisas novas, experiências que nunca vivi. Eu quero crescer minha empresa sim, mas também quero buscar hobbies novos e viajar mais.
O mundo é muito grande e a vida parece muito curta. Temos muitos pra viver, mas só começaremos a viver de verdade quando cair nossa ficha de que um dia iremos morrer.
E para aproveitar toda essa reflexão que compartilhei nessa carta semanal, eu quero te fazer dois convites:
O primeiro deles é para se inscrever em nossa newsletter ;)
To deixando o botão aqui para facilitar ainda mais para você.
E o segundo convite é: Desacelere. Tire ao menos 2 dias para descansar 100% off do celular e da vida virtual. Viva o mundo lindo que Deus nos deu. Busque experiências novas. Viva cada momento de forma plena e depois compartilhe sua experiência aqui nos comentários ou respondendo esse e-mail. Vai ser muito bom saber como foi isso para você!
Bom, por hoje é isso.
Nos vemos na próxima segunda às 5 a.m.
Um grande abraço,
Túlio Herani.
Irmão, isso aqui a cada dia tem ficado melhor, e o choque de realidade que suas cartas tem trazido é brincadeira!