Quinta-feira, 01 de maio de 2025, 12h37.
De que vale a nossa vida?
Hoje é quinta-feira de feriado, dia do trabalhador, mas também o dia oficial da semana para escrever minha carta semanal pra vocês.
Poderia ser um fardo escrever no feriado, mas acordei inspirado — e, depois de tomar umas porradas no meu devocional mais cedo, decidi abrir o computador, entrar no Safari, pesquisar Notion, criar uma página nova e escrever pra vocês todas as reflexões que têm tomado conta da minha cabeça desde o começo do dia.
Antes de começar, vou deixar um aviso:
Se quiser viver no mundo da Cinderela, não continue lendo.
Agora… se não tem medo de tomar umas porradas pra abrir seus olhos de uma vez por todas, essa carta é pra você.
Bom, se ajeita na cadeira, no sofá, na cama — onde você estiver — que agora vai começar a carta de hoje.
Há pouco tempo, escutei uma frase que está ecoando na minha cabeça até hoje:
“Vaidade, vaidade, vaidade! Tudo é vaidade.”
A princípio, quando ouvi isso, não entendi o real significado da frase.
Mas, mesmo assim, ela continuou ecoando dentro de mim.
Conforme os dias foram passando, de tempos em tempos, essa frase voltava.
Era quando eu estava tomando banho.
Quando eu andava com meu cachorro.
Quando eu fazia qualquer coisa que não exigia foco… isso tomava conta de mim.
E eu decidi, em meio a esses momentos, começar a questionar:
por que tudo seria vaidade?
Nessa, comecei a listar desejos “carnais” e comparar com o sentido da palavra — pra ver se, de alguma forma, eu conseguia contradizer o autor.
E o que eu descobri foi que… ele estava certo.
Nós, seres humanos carnais, em tudo que fazemos ou desejamos — que não tem ligação com o Eterno — fazemos por um único motivo:
Vaidade.
Trabalhamos 12h por dia por: vaidade.
Queremos comprar um carro novo por: vaidade.
Nos apaixonamos por pessoas bonitas por: vaidade.
Cuidamos do corpo, fazemos cirurgias estéticas, compramos roupas novas por: vaidade.
Queremos uma legião de fãs nas redes sociais por, adivinha… vaidade.
E vou além:
Fazer jejum, orar, servir, evangelizar — por dever, ego ou aparência? Vaidade.
Buscar ser “espiritual” pra impressionar os outros? Vaidade.
Querer ser aplaudido por uma multidão com suas palestras sobre a vida?
Vaidade.
Podemos usar todas as desculpas possíveis:
“É questão de conforto.”
“Faço por saúde.”
“Foi Deus quem mandou.”
“Quero mudar a vida das pessoas.”
Mas no fundo… você sabe.
É tudo vaidade.
Não me leva a mal — eu não tô te criticando, te julgando ou comprometendo seu caráter.
Nós, infelizmente, fomos moldados pra isso.
Em uma era tão digitalizada como essa, querendo ou não, tudo acaba virando comparação.
E essas comparações bobas nos levam a querer viver uma vida pra impressionar o próximo — ao invés de viver uma vida de obediência a Deus, ao nosso propósito e àquilo que realmente fomos chamados pra fazer.
O mundo sempre foi — e continuará sendo — exatamente o mesmo.
O sol continua, desde o início da Terra, nascendo a leste e se pondo a oeste.
As águas continuam evaporando.
O vento continua fluindo por direções que até hoje não conseguimos entender.
As coisas… continuam acontecendo.
E, em meio a tudo isso, achamos que o que estamos fazendo — nesse tempo limitado que estamos vivos nesse planeta —
correndo atrás de sucesso financeiro a todo custo, de reconhecimento, fama, status…
vai fazer a diferença no mundo.
Mas deixa eu te falar…
Não vai.
Um dia, sua vida vai chegar ao fim nesse plano terreno.
E o mundo?
Vai continuar como sempre esteve.
O que vai mudar não vai ser:
Suas conquistas terrenas.
A quantidade de vezes que apareceu na Forbes.
Os aplausos nas suas palestras.
A quantidade de mulheres que você dormiu.
Suas mansões, seus carros, seus milhões de seguidores no Instagram.
Quando esse dia chegar, nada disso vai ter valido de nada.
Agora…
As vidas que você transformou?
O cumprimento do seu propósito?
Aquilo que você construiu pra Deus enquanto esteve aqui?
As almas que você levou pra Cristo?
Os ensinamentos que você deixou pra sua família?
Isso sim.
Isso é eterno.
O que eu tô querendo não é te desincentivar a correr atrás dos seus sonhos — por mais materiais e efêmeros que sejam.
É te abrir os olhos.
Pra o quanto de tempo a gente gasta correndo atrás do vento.
Correndo atrás daquilo que não vai nos levar a lugar nenhum na eternidade.
Correndo atrás de meros prazeres momentâneos.
Eu me incluo nessa.
Cada vez que me questiono sobre isso, eu percebo o quão carnal ainda é a minha vida.
O quanto eu vivo pro agora.
E o quanto eu deixo de fazer o que realmente importa por priorizar o conforto.
Essa carta, ao mesmo tempo que eu escrevo pra você,
eu escrevo pra mim.
Pra me lembrar — mais uma vez — de tirar os olhos do presente, do passado e do futuro…
e voltar meus olhos pro Alto, pro Eterno.
Pra lembrar que, ao mesmo tempo que 100 anos parecem muito,
não é nada comparado com a eternidade.
Pra lembrar que, enquanto eu gasto minha vida correndo atrás de palco, sucesso e conforto…
existe muito mais do que Deus espera de mim.
Pra lembrar — e te lembrar — que estamos vivos aqui,
nesse exato momento, nessa geração, nesse ciclo social, com esses talentos, dons, facilidades…
pra cumprir aquilo que — desde antes da fundação do mundo — foi desenhado pra nós. (Efésios 1:4-5)
Você não está aqui por acaso.
Sua vida não é em vão.
Você é escolhido.
E, por isso, precisamos aprender a viver como um.
Mais eternidade.
Menos prazeres momentâneos.
Eu te falei que essa carta ia te espremer.
E eu não vou pedir desculpas por isso.
Se quiser tomar mais algumas porradas junto comigo…
fica o convite pra se inscrever nas minhas cartas semanais.
Nos vemos na próxima segunda, às 5 a.m.
Um grande abraço,
Túlio Herani.
Obrigada, meu amigo